9 de junho de 2010

Ah, o amor

Quando Leila me convidou para uma participação no Cineopses pensei em um filme off circuito para apresentar aos visitantes do Blog. E fui conferir nesta semana (dia 7 de junho) o filme ganhador da 5ª Semana Pirelli de Cinema Italiano, Ah, o Amor (Ex) - 2009, do diretor Fausto Brizzi.

A película já havia sido apresentada por aqui e, de acordo com a organização do evento, agradou muito o público, especialmente o de Ribeirão Preto (SP), onde a mostra também chegou.

O filme é um mix de comédia romântica à italiana com pitadas de ópera bufa. Muitos encontros e desencontros e juras de amor eterno entre os seis casais mostrados no filme, o que de fato acontece no desenrolar das histórias. Ao decorrer dos 120 minutos, Brizzi mostra como os casais separados – cujos destinos se cruzam – aprendem a lidar com as transformações sofridas em suas vidas após o fim do matrimônio.

O curioso do filme é que ele foi indicado a 9 Davids de Donatello, um dos prêmios mais famosos da Itália. O diretor é também roteirista e dirigiu dois filmes antes, Notte Prima degli Esami I e II (06-07), que foram êxitos de bilheteria na terra da macarronada e bons vinhos.

É realmente uma pena que atualmente não tenhamos mais acesso aos filme italianos e tão pouco conheçamos os astros italianos, pelo elenco, é possível descobrir o veterano Silvio Orlando e os filhos de outra geração, Alessandro Gassman, filho de Vittorio, e Giancarlo Tognazzi, filho de Ugo (Gaiola das Loucas).

O festival foi realizada entre novembro e dezembro do ano passado em cinemas de SP, Ribeirão Preto, interior de SP e no Rio de Janeiro. Além de produções contemporâneas italianas realizadas nos dois últimos anos, a 5ª Semana Pirelli de Cinema Italiano também exibiu uma retrospectiva de filmes clássicos de Giuseppe Tornatore, incluindo o consagrado Cinema Paradiso, vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro em 1990.

Tornatore inclusive esteve aqui em Sampa em novembro passado laçando sua recente obra, Baaria. Ao contrário do filme ‘Ah, o Amor’ que deverá ganhar distribuição da Art Filmes, este de outro filmaço de Tornatore ainda não teve um distribuidor no país.

Fica aqui a torcida pra um circuito de filmes de arte mais italianos e menos filmes catástrofes.

Para ver o trailler clique no link a seguir:www.ahoamor.com.br/trailer.html

Robson Bertolino

Nota do Cineopses: Esse mocinho que escreveu agora é uma peça rara. Jornalista, chef e fotógrafo, o cara manja tudo o que você sequer pode imaginar sobre culinária e gastronomia local, mundial e tudo mais. Além disso manda bem quando o assunto é a telona também. Confiram em
http://parolee-parole.blogspot.com/

4 de junho de 2010

O escritor fantasma

Sabe aquela sensação gostosa de fim de filme de suspense, quando você fica sem saber ao certo quem é o malvado da história, vai pra casa bolando inúmeras teorias, tenta lembrar de algum detalhe que possa ter perdido, chega à uma conclusão e depois vê que não é nada disso? Pois é essa a sensação deixada por ”O escritor fantasma” (Ghost Writer, EUA 2010).

O longa de Roman Polanski, que anda na boca do povo não por sua arte e sim por razões longe de serem artísticas, tem tudo na medida certa. Um elenco super competente, uma história bem amarrada, trilha no ponto e aquela mão benfeitora de Polanski.

Ewan McGregor é um escritor mediano, contratado completar as memórias do ex-Primeiro Ministro inglês Adam Lang (Pierce Brosnan). Tudo bem, não fosse pelo fato de Lang estar sendo acusado de crimes de guerra durante a Guerra do Iraque e de o antigo escritor ter sido encontrado morto sob circunstâncias bem suspeitas.


Num esquema no melhor estilo quartel general, o ghost writer (que não tem nome no filme), tem aproveitar o que já fora coletado por seu antecessor e preparar mais entrevistas com o político. O conteúdo do livro não pode vazar até a hora da publicação, tudo é guardado com maior cuidado, sob segurança ferrenha, muito código, tudo super moderno e por aí vai.


A partir daí uma série de fatores se desenrolam, no meio dessa auto-biografia muita gente tem o rabo preso, e o ingênuo escritor de repente se vê numa teia de intrigas, segredos políticos, traições e muita sujeira. O filme prende atenção até p final e seu principal mistério só é resolvido mesmo no último minuto de projeção. Prova de que, falem bem ou mal, Polanski continua – no auge dos seus 77 anos – um mestre na arte do suspense.